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Atualizado em 03/08/2016 16:58

Sesc de São José realiza exposição especial

A exposição conta com 50 peças do acervo do MAV - Museu de Antropologia do Vale Paraíba. / Sesc São José dos Campos A exposição conta com 50 peças do acervo do MAV - Museu de Antropologia do Vale Paraíba. Sesc São José dos Campos
A exposição conta com 50 peças do acervo do MAV - Museu de Antropologia do Vale Paraíba. As esculturas em barro queimado e de pequena estatura, que, pela primeira vez saem do Museu, apresentam os santos devotados e presentes no cotidiano de pessoas do final do século XVIII até o início do século XIX.
 
De agosto a outubro as obras ficam expostas na área expositiva do Sesc São José dos Campos.
 
As Paulistinhas
 
Não nasceram com esse nome, foram assim denominadas muito tempo depois, pelos colecionadores de arte sacra e pelos antiquaristas. Batizadas por eles como “os paulistinhas”, por representarem santos com essa tipologia, são hoje denominadas “as paulistinhas”, por se tratarem de imagens religiosas de cunho popular, deixando-se de vê-las apenas como representação de santos e passando a entendê-las como objeto de arte.  Sai de cena o sagrado – instrumento de devoção do culto religioso – e ganha status e reconhecimento como objeto artístico.
 
Nascidas nas terras de Mogi das Cruzes, desceram a Serra e fizeram morada no grande Vale do paraíba. Companheiras das preces dos caboclos nas aflições diárias, viveram na região durante 120 anos, aproximadamente, chegando até a cidade de Silveiras. Mas também foram ficando pelo caminho, atendendo às devoções. Depois de se alastrarem por todo o Vale, terminaram sua existência na cidade de Santa Isabel, por meio das mãos de Dito Pituba, o último santeiro de que se tem notícia no ofício de modelar Paulistinhas.
 
No final do século XVIII, durante todo o século XIX, e o começo do século XX, eram muitas as pessoas que queriam ter em casa uma imagem de um santo de devoção e que, porém nem sempre tinham dinheiro para comprar as ricas imagens vindas de Portugal, Pernambuco, Bahia ou Minas Gerias.
 
Assim, os artistas de ordens religiosas se ocuparam em buscar alternativas para suprir esse mercado, que demandava santinhos a preços mais acessíveis e adequados aos pobres oratórios de madeira, por vezes feitos de caixotes reaproveitados, para as pessoas de baixa renda.
 
Curadoria
 
A exposição conta com curadoria de Magela Borbagatto, artista plástico autodidata, estudioso e pesquisador há 30 anos da Cultura Popular do Vale do Paraíba. Magela é Mestre da Cultura Popular Brasileira, prêmio concedido pelo Ministério da Cultura como reconhecimento pela contribuição à cultura do país.
 
Visitação nos horários de funcionamento do Sesc. Grátis. Recomendação etária livre. Agendamentos de grupos escolares pelos telefones (12) 3904-2033 / 3904-2000 / 3904-2051.
 
O Sesc São José dos Campos fica na Av. Adhemar de Barros, 999 – Jd. São Dimas. Mais informações pelo telefone 12.3904.2000 e no site sescsp.org.br/sjcampos